Entrevista com a Patrícia Baikal

Qual foi sua inspiração para escreve “Mariposa”?

PATRÍCIA: Eu queria muito falar sobre uma Heroína brasileira, no isso a proposta era ser um HQ (história em quadrinho), mas depois do primeiro capítulo ia dar em uma novela ou em um romance. E então eu criei Mariposa que é uma heroína brasileira.

Qual heroína brasileira você se inspirou?

PATRÍCIA: heroína que eu me inspiro? Bom não teve nenhuma brasileira em que me inspirei, até por que eu não via nenhuma heroína brasileira, até hoje não foi criada, Mariposa é a primeira, a gente vê muita heroína estrangeira, mas no Brasil eu acho que ainda há uma carência disso.

O livro trata de um assunto bem delicado, a política, no começo não teve medo de críticas pela escolha do tema?

PATRÍCIA: Sim! São poucos os romances que tratam a política de forma tão direta, os autores normalmente permeiam, mas não tratam assim, dentro do congresso nacional como eu fiz. Existem alguns livros políticos com o “Meninas” da Ligia Fagundes, 1984... Mas que eu conheço no Brasil (Mariposa) é o único livro que trata do cenário político mesmo.

O livro termina de uma forma, que não acaba. Pretende escrever uma continuação para Mariposa?  

PATRÍCIA: Sim, eu penso em fazer uma continuação, sobre a origem da ordem, então eu pretendo fazer ano que vem, agora estou escrevendo outro romance que não tem nada a ver com Mariposa, mas no ano que vem eu pretendo fazer a continuação, fazer a origem da ordem, como a Mariposa entrou para a ordem.

A senhorita pretende escrever mais livros que não sejam ligados ao universo de Mariposa?

PATRÍCIA: Sim, sim. Como eu falei agora eu estou escrevendo um romance, também tem muito a ver com o realismo fantástico, que é aquela questão do estranho, do maravilhoso, se o que o leitor está vendo é real ou de mentira. Eu vou seguir essa linha, mas não é sobre política, é sobre outras coisas.

O tema principal (além da política) é romance, mas você acha que conseguiria escrever sobre outros temas, como fantasia, terror ou ação?

PATRÍCIA: Bom no meu blog o Palavras de bandeja, eu escrevo contos curtos, semanalmente, então lá você pode contar com contos de terror, de fantasia, do cotidiano, políticos, contos eróticos, escrevo todos os gêneros, todos os estilos.

O livro é narrado por um homem (Senador Nicolas) alguns autores tem dificuldade em escrever sobre o sexo oposto, um exemplo disso é o Jonh Green, que levou 10 anos para conseguir escrever A Culpa é das Estrelas pois, não sabia se colocar no lugar Hazel, mas a senhora não parece ter dificuldade com isso. Você não pensou em escrever narrando a partir de uma mulher como Mariposa, Luiza ou até mesmo Gloria?

PATRÍCIA: eu pensei, mas, meio que foi uma coisa natural, eu comecei a falar sobre o Nicolas em primeira pessoa e quando vi eu já era o Senador Nicolas, eu acho que é só você saber se colocar no lugar do personagem, para poder transmitir o que ele está sentindo. E eu queria falar através do Nicolas para que a Mariposa fosse um mistério, e não o contrário, então eu tinha que sair da Mariposa para que o Nicolas pudesse falar sobre ela, e então criar o mistério e fazer o leitor ficar curioso de quem ela realmente é.

Algum momento você pensou em desistir de escrever mariposa?

PATRÍCIA: Não, a história fluiu muito naturalmente, e quando eu estou escrevendo o livro eu penso nele quase que o tempo todo, tudo pode se transformar em uma ideia, por exemplo agora eu estava passeando no shopping, tomando café e pensando no próximo capítulo. Então é uma coisa muito doida, e é uma coisa muito prazerosa, porque quando você gosta de alguma coisa que você faz, você simplesmente quer fazer.

O livro conta história de como Nicolas se apaixonou pela agente infiltrada Mariposa, que estava lá para ajudá-lo a desmascarar seu adversário político. Como você pensou nessa história, se baseou em algo do seu dia-a-dia ou flui de sua cabeça?

PATRÍCIA: Não, eu não tive nenhuma história como base, como eu falei, eu queria criar uma heroína, eu queria criar um livro de mistério, de suspense, então comecei a buscar elementos que tivessem isso, então você coloca uma mulher mascarada, um nome falso, policiais envolvidos, crimes, jogos de poder e aí você começa a criar essa nuvem, em torno da história.

O livro foi escrito alguns anos na frente, 2020, porque escolheu escrever nessa data e não no presente?

PATRÍCIA: porque o livro traz uma proposta de emenda constitucional que para que a gente possa tanto eleger os políticos, como também tirá-los do poder se eles forem corruptos, e eu não acredito que a gente possa fazer isso agora, mas eu acredito que a gente vai poder fazer isso no futuro. Por isso que eu falo isso em 2020, pois acredito que até lá isso vai acontecer, e já está acontecendo, o congresso nacional já está aprovando o projeto de emenda constitucional, então quem sabe o livro não se torna realidade?

Todo autor tem alguém que inspira, qual o autor que lhe inspirou?

PATRÍCIA: Ah, vários, como eu falei a Ligia Fagundes Teles, o Jorge Orwell, Clarice Lispector, cada escritor carrega um pouquinho da escrita de cada um, e você pegando um pouquinho de cada você vai criando sua escrita.

Qual sua inspiração para capa do livro?

PATRÍCIA:  bom a capa foi um achado, porque ela já estava pronta quando eu a encontrei. Eu encontrei ela na internet no blog de uma artista chamada Catrin Welz Stein, e quando eu vi eu fiquei apaixonada, e achei que ela tinha tudo a ver com o livro e eu logo mandei um e-mail para ela, perguntando se eu podia usar a capa e aí ela topou, eu contei a ela a história, e a capa é bem enigmática por que ela não mostra o rosto, o rosto é justamente a mariposa e combinou muito com a história, pois a Mariposa não mostra a face até o fim.

E essa foi a entrevista com a autora Patrícia Baikal, e aqui embaixo tem os links do blog da Patrícia e o blog da Catrin para quem quiser olhar os desenhos!

Assistam a entrevista aqui:

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Patrícia Baikal- http://www.palavrasdebandeja.com.br/
Catrin- http://catrinwelzstein.blogspot.com.br/


Beijinhos, Lu!